domingo, 12 de maio de 2013

Un jour à Londres.

Hoje, acordei e fiz diferente.
Meu outono estava lindo demais , cheio de folhas
amarelas permeando por todos
os caminhos que passo, para ficar ali parado a admirá-lo ainda mais.
Precisava do novo, do diferente.
Não pensei em nada,
peguei a primeira barca em direção à Londres, e pra lá eu fui.
Sim. Eu precisava respirar outros ares.
Não que o parisiense deixara de me fazer bem, jamais,
porém hoje precisa do londrino.
Algo havia me intuído que o outono primaverístico de lá,
estava bem mais agradável e vistoso, do que o daqui.
Então, decidi partir e fui em busca desse novo cenário.
De fato, o cenário é incrível.
Algumas árvores secas, pelo outono que ainda resta, mas as primeiras rosas brancas
saltam do chão, em direção aos corações
de quem, por ali, passa, irradiando-os de felicidade e tranquilidade.
Hoje, só chorei ao amanhecer do dia, ainda em Paris,
pois estava bastante frio por lá, e meu coração pedia uma quentura a mais.
Portanto, nada melhor do que ir a Londres.
Chegando lá, passei pelas proximidades de Buckingham.
O castelo da rainha está, como sempre, encantador,
despertando a curiosidade de quem passa por perto,
que dirá, de quem chega até lá.
Mas hoje eu não quis se quer olhá-lo. Já o conheço bem, e
eu e minha grande amiga, a rainha, isso mesmo, a própria, nos desentendemos.
Preferi não passar por lá, para não gerar riscos de termos
mais algumas rusgas e, como sempre, eu acabar por sair ferido.
Eu sou mais forte que isso e eu mereço mais, claro.
Se ela cortou relações, quem serei eu a revidá-las?
E como o palácio está com visitas, melhor mesmo ficar bem distante.
Afinal, como Buarque diz, "quem brincava de princesa, costumou na fantasia",
então, quem vai se meter a besta, não é mesmo?
Deixa ela lá, na sua fantasia de princesa,
pois um dia o salto quebra, e ela cai na real.
Mas voltemos a falar de coisas boas.
A Trafalgar Square continua arrancando suspiros meus.

Afinal, de quem ela não arrancaria?
Justamente, pelas fontes, que são lindas,
que simbolizam a renovação, a renovação da vida,
a renovação da minha vida.
A água que dela jorra, sai forte, feito como bate meu coração,
que embora ainda em cicatrização, encontra-se feliz e aberto
às próximas estações, feliz e aberto para a primavera que começa a brotar.
Ah, Londres! Que saudades senti de você. Paris me deixa tão enebriado,
que por segundos, esqueço do torpor que me causas.
Visitá-la foi fabuloso. Rever cada canto seu,
cada sorriso de quem passa por aí,
rever o meu sorriso... Definitivamente, eu não tenho palavras para você, minha cara.
Obrigado pela beleza que trazes à minha vida, querida Londres.
Meu coração é dividido entre você e Paris, sem priorizar nenhuma das duas.
Dou-te a minha palavra! E olhe que a palavra, para mim, é algo que conta bastante.
Sou como as pessoas de antigamente, sabe?
Se você fala, deve honrar o que disse e cumprir o dito.
Bom, o dia já está escurecendo.
Agora é hora de voltar para casa.
Meu jardim de outono precisa ser regado, outra vez.
Lembre-se que o jardim vizinho já começou a brotar flores, mas o meu ainda precisa estar de solo arado,
a grama aparada, para esperar a primeira flor surgir. E veja que mesmo assim, o primeiro broto já existe,
e eu não posso deixá-lo sem amparo.
Estou voltando para casa, Londres!
Em breve nos reencontraremos, minha querida.
Até lá! Cuide-se!

Nenhum comentário: