sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

"Pela a nossa regra, a gente era obrigado a ser feliz
Vem, me dê a mão, a gente já não tinha medo,
no tempo da maldade, acho que a gente não tinha nascido"
João e Maria, de seu Chico, têm me povoado em meio ao meu verão em Paris.
Ah, Paris, que saudades dos seus raios de sol,
raios esses, tão fortes, viscerais, que adentram as minhas janelas,
e esquentam meu corpo, fazendo brotar um pouco de mim a cada raiar do dia.
Nosso outono foi maravilhoso, melhor, chega a ser inesquecível, Paris,
mas agora não há mais o medo de dias tão frios quanto aqueles.
Sabemos que eles, por um acaso das horas, poderão e voltarão,
mas, a beleza do nosso verão, não será apagada pelo frio passado.
Afinal, minha cara, todo frio sempre é diferente. É único. Os novos trarão outras coisas,
e os passados, manterão as antigas mais vivas, para que não esqueçamos a sua dor e a sua beleza.
Tenho sentido tanto a sua falta, mas Veneza nos povoa, nos envolve,
nos faz estarmos em nossas lembranças. E que lembranças belas, concorda?!
Lembro bastante delas, às vezes, até parece que elas não saem de mim,
mas ao te ver, minha cara amiga, o seu verão penetra em minha carne,
o seu verão estremece meus poros, o seu verão convida-me a belos dias solares.
Perdoe-me ter de estar em Veneza, por favor.
Espero que esteja aprendendo a conviver, também, com a nossa distância física.
Já conversamos muito, e você, sempre, mantém a sua palavra de compreender-me.
E eu mantenho a minha eterna gratidão, minha amiga.
Embora a culpa de tê-la deixado, seja recorrente.
Nossa relação é forte, não há nenhum canal mal cheiroso daquelas terras, que nos afastará.
Sabemos disso!
Você é uma amiga tão amada, tão companheira, tão presente...
...só tenho a agradecer por não desistires de mim.
Passamos lindos dias juntos. Em breve retornarei aos teus braços, meu bem.
Esteja em paz, cuide-se, minha amiga. Nos vemos logo, logo.
Au revoir! Je t'aime, Paris.