sábado, 10 de agosto de 2013

O sol estilhaça os vidros da minha janela,
mas o vento sopra bem frio.
Outro fim, mais um começo.
Isso as vezes até parece cansar,
porém, a única esperança que fica é:
amanhã há de ser um novo dia,
ou melhor, hoje tem de ser um novo dia.
Mas como? Complicado de se responder.
Hoje, Paris ficou um pouco de lado.
Viver lá é fabuloso, mas hoje, talvez, somente hoje,
ou não, quem sabe, as comparações ficam de lado,
a realidade, sem mais ser fantasiosamente vistosa,
tem de ser vivida. E estou a vivê-la.
As comparações param por aqui,
as metáforas também, por mais redundante que isso
possa, e até mesmo, seja.
Estou triste, em meio a um dia lindo, de sol e céu aberto,
mas com uma ventania que gela até meu cérebro.
O processo inicia-se mais uma vez,
só que dessa, embora meio duvidosa,
nos traz "aquela" certeza de que há vida após a dor.
Hoje não há imagens, não há momentos de euforia, não há nada.
Há, na verdade. O agradecimento por mais um dia vivo,
por mais um dia de dor que trará um aprendizado,
por mais um dia em que não desisti,
por mais um dia que tento ser e fazer diferente.
Talvez não seja ou nem consiga, mas ainda há esperança.
Ora, ela deve sempre existir. Se necessito do amor para ser e viver,
ter esperança em mim, é um gesto de amor próprio, ou seja,
talvez, um dia, isso me faça estar no lucro, quem sabe.
Bem lá de longe, o verde toma conta da minha visão.
Mais uma representação de que pode e há vida à frente.
Porque desistir? Não há motivos. Sim, há.
Necessito do amor para viver, e eu o tenho.
E dele me faço e sou triste, e por ele, me faço e sou feliz.
Abandonar os sonhos, ou refazê-los a partir de si,
e não mais unido a outro, não é fácil, mas me disseram ser possível.
Porque não acreditar? Porque, como diriam os leigos,
"o buraco é mais embaixo", e nesse caso, a relação entre
sua luta e o amor que tens e deves deixar de ter, torna a situação mais séria,
mais grave, mais, diria eu, ferrada.
Mas o vento é frio, que congela o novo, talvez, até, nos tirando a vontade de vivê-lo,
porém, o calor que emana lá daquela estrela maior, o sol ou do seu deus, sei lá,
aquece o gelo e, bem devagar, derrete-o. O sangue volta a circular,
pulsa, ferve, dá vida, dá amor a si e ao próximo, dá amor à vida.
Então, sigamos em direção ao verde, à esperança, sigamos em nossa direção.

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